BANDA DESENHADA, HISTÓRIAS E ILUSTRAÇÃO / BANDE DESSINÉE, HISTOIRES ET ILLUSTRATION / COMICS, STORIES AND ILLUSTRATIONS

quinta-feira, 31 de março de 2011

LADY BLITZ FAN CLUB (1)

Corina Blitz surgiu ao público no meu álbum “O Homem de Neandertal” (1991, Edições ASA), 1º das Aventuras de Herb Krox.
Corinna Blitz a paru en public dans mon album “L’Homme de Neandertal” (1991, Éditions ASA), la 1ère des Aventures de Herb Krox.

 "O Homem de Neandertal" / "L'Homme de Neandertal", p. 3, Ed. ASA 1991 (c) Luís Diferr

Uma espécie de Olrik no feminino? Não verdadeiramente… mesmo se Félix Sartorius, o seu companheiro de aventuras, se parece com o célebre celerado.
Une sorte d’Olrik au féminin ? Pas vraiment… même si Félix Sartorius, son compagnon d’aventures, ressemble au célèbre scélérat.

"Très intéressant. Mais il y a du plus urgent à faire : par exemple, avoir une conversation avec Janjan… Et, à propos, faites arrêter cette femme – il s’agit de Corina Blitz, le plus dangereux agent ennemi qui figure dans mes archives."

Em Novembro de 1995, em plena travessia do deserto, publiquei o 1º nº do fanzine LADY BLITZ FAN-CLUB (editado por Félix Sartorius!); um ano mais tarde saiu o 2º e último nº até à data. Aqui ficam as suas capas e a contracapa do 1º.


En novembre 1195, en pleine traversée du désert, j’ai fait publier le 1er numéro du fanzine LADY BLITZ FAN-CLUB (édité par Félix Sartorius !); un an plus tard, le deuxième et dernier numéro à ce jour est paru. Je vous laisse les deux couvertures et la 4ème couverture du nº 1.


Em 1998 Lady Blitz reapareceu no álbum “Os Deuses de Altair” (Baleiazul)… e fê-lo frequentemente nua!... Mas isso devia-se aos calores do deserto do Hoggar.
Na página de apresentação dos heróis dessa história lê-se: 

Lady Blitz, pin-up e aventureira
Corina Liechtenstein (nome de código: Lady Blitz) é uma loura (genuína), explosiva e sensual, que concilia uma fulgurante carreira de top-model com a de espia/mercenária de alto gabarito. Defronta-se frequentemente com Herb Krox, o seu grande rival – que, não obstante, deve nutrir por ela uma contraditória admiração, já que é presidente do Lady Blitz Fan-Club.”
“Os Deuses de Altair” / “Les Dieux d’Altaïr”, p. 11, Ed. Baleiazul 1998 (c) Luís Diferr

En 1998 Lady Blitz a réapparu dans l’album “Les Dieux d’Altaïr” (Ed. Baleiazul)… et elle l’a fait fréquemment nue !... Mais ça, sûrement, c’était à cause de la chaleur du désert du Hoggar.
Dans la page de présentation des héros de cette histoire-là on peut lire:

"Lady Blitz, pin-up et aventurière
Corina Liechtenstein (nom de code : Lady Blitz) est une (vraie) blonde, explosive et sensuelle, qui partage une fulgurante carrière de top-model avec celle d’une espionne/mercenaire de haut rang. Elle s’affronte fréquemment à Herb Krox, son grand rival – lequel, pourtant, doit éprouver à son égard une contradictoire admiration puisqu’il est le président du Lady Blitz Fan-Club."
 "Votre machisme primaire est affligeant, Herb !... Mais peut-être bien du monde est d’accord avec vous. Oui, peut-être cette histoire serait plus intéressante si j’étais nue… Peut-être ne sommes-nous que des illusions mais, s’il vous plaît, ne disposez pas de moi comme de vos fantaisies. J’existe, vous savez ?..."
"O Homem de Neandertal" / "L'Homme de Neandertal", p. 8, Ed. ASA 1991 (c) Luís Diferr

Lady Blitz has been away for a long time, lost in the Hoggar desert. But, as someone said, she also says: “I’ll be back.


Krox não é manso com Corina Blitz !

Krox ne va pas de main morte avec Corinna Blitz !

"O Homem de Neandertal" / "L'Homme de Neandertal", Ed. ASA 1991 (c) Luís Diferr

quarta-feira, 30 de março de 2011

Longue vie à E.P. Jacobs !

Autoportrait / Auto-retrato / Self-portrait by E.P. Jacobs, 1636

"Je suis né le 30 mars 1904, à l’époque des fiacres, des lampes à pétrole et des poêles à charbon." – Ainsi commence la merveilleuse autobiographie d’E.P. Jacobs, le grand maître de la BD dont la renommée, les ventes et les revenus ne font qu’augmenter après sa mort… et du coup garnir la bourse de ses continuateurs… même si souvent la qualité ou la vitalité originelles ne sont pas au rendez-vous.

La Marque Jaune / A Marca Amarela / The Yellow  "M" by E.P. Jacobs, 1953

"Nasci no dia 30 de Março de 1904, na época das tipóias, dos candeeiros a petróleo e dos fogões a carvão.” – Assim começa a maravilhosa autobiografia de E.P. Jacobs, o grande mestre da BD cuja nomeada, vendas e proventos não cessam de aumentar após a sua morte… e, por conseguinte, de encher a carteira dos seus continuadores… mesmo se a qualidade ou a vitalidade originais nem sempre estão presentes.


"La Marque Jaune" (p. 26) : un chef-d’œuvre parmi des chefs-d’œuvre / uma obra-prima entre obras-primas / A masterpiece among masterpieces. Crayonné / desenho a lápis / pencil drawing by E.P. Jacobs (1953)

Jacobs était un formidable raconteur d’histoires – pas une d’entre elles n’est oubliable – avec un style narratif à lui tout seul, unique et souvent incompris. D’un point de vue graphique, il était un maître des ambiances, du détail juste et du coloriage ; pendant toute sa carrière il n’a cessé d’évoluer, de faire des recherches, toujours en quête du meilleur résultat. Je n’en doute pas, sans lui la BD serait un bien plus pauvre moyen d’expression.

"Les 3 Formules du Prof. Sato" / "As 3 Fórmulas do Prof. Sato" / "Mortimer in Tokyo", p. 4, Éditions du Lombard, 1977

Jacobs era um formidável contador de histórias – nem uma delas é olvidável – com um estilo narrativo muito próprio, único e frequentemente incompreendido. De um ponto de vista gráfico, era um mestre dos ‘ambientes’, do detalhe justo e da utilização da cor; durante toda a sua carreira não parou de evoluir, de fazer pesquisas, sempre em busca do melhor resultado. Não tenho dúvida, sem ele a BD seria um meio de expressão bastante mais pobre.

Blake & Mortimer, by E.P. Jacobs

A l’occasion de la mort de Jacobs (le 20 février 1987), j’ai réalisé le dessin en bas ; repris 5 ans plus tard, il a été publié dans un quotidien, accompagné d’un texte en son hommage. J’y essaye, à travers mon héroïne Lady Blitz, de transmettre mon sentiment à l’égard de la perte profonde que j’ai ressentie. Longue vie à Maître Jacobs !

Lady Blitz – Hommage à Jacobs (c) Luís Diferr

Por ocasião da morte de Jacobs (20 de Fevereiro de 1987) realizei o desenho acima; retomado 5 anos mais tarde, foi publicado no jornal “A Capital”, acompanhado de um texto em sua homenagem e em cumplicidade com José de Matos-Cruz. Tentei, através da minha heroína Lady Blitz, transmitir o meu sentimento em relação à perda profunda que senti. Longa vida a Mestre Jacobs!


Sources d’images / Fontes de imagens :
1) "Le Monde de Edgar P. Jacobs", de Claude Le Gallo, Éditions du Lombard, 1984, p. 13 ;
3) "Edgar P. Jacobs, le Baryton du 9e Art", de Jean-Marc Guyard, Studio E.P. Jacobs, 1990, p. 26 ;
5) "Un Opéra de Papier – Les mémoires de Blake et Mortimer", autobiographie de Jacobs, Éditions Gallimard, 1981, p. 7.

Ler outro post de homenagem a Jacobs aqui.

terça-feira, 29 de março de 2011

Lidia Octavia

Na prancha 13 de "Le Tombeau Étrusque", um belíssimo álbum da época de ouro de Jacques Martin, o jovem Alix conhece a também jovem Lidia Octavia, irmã de Octávio Augusto. Ei-la aqui, vista pelo célebre autor de BD:

"ALIX - Le Tombeau Étrusque" de Jacques Martin, (c)1968 Casterman

E ei-la, desnudada, no 1º episódio da série televisiva "Rome":


Kerry Condon em "Rome - The Stolen Eagle" (2005), de Michael Apted

Uma beleza ruiva, como se vê!...

Diga-se, a propósito que já desde os anos 60 – numa época em que personagens femininas eram ainda uma raridade fortemente reprimida na BD franco-belga – Jacques Martin marcou a diferença em relação aos seus confrades, ao atribuir a mulheres papéis de relevo: já o tinha feito com a rainha Adréa em “Le Dernier Spartiate” (1967), que lhe valeu “cartas incendiárias da revista [Tintin, que publicou originalmente a história]. Achavam inconveniente representar uma mulher de 40 anos que se apaixona por Alix, um jovem de 18 anos. Ameaçaram-me mesmo de ruptura de contrato.” (Testemunho do próprio em entrevista a Stephan Caluwaerts e Michel Jacquemart).

Martin voltou a atribuir relevância a personagens como, por exemplo, a pobre Ariela de “Iorix le Grand” (1972); a andrógina criatura Archeolus de “L’Enfant Grec” (1980), que se debate entre a sua natureza feminina e a sua aparente e conveniente masculinidade; a pastora Marah de “La Tour de Babel”, de insólitos poderes; a megera Hernia e a sua filha Dafne de “Le Cheval de Troie” (1988); ou a seminua Malua de “Les Proies du Volcan” (1978), cujos seios descobertos foram sendo pouco a pouco revelados e que causaram algum escândalo… “Mesmo nos anos 70 chateavam-me com esse género de coisas”, diz ele aos entrevistadores atrás referidos, que então lhe perguntam:
“Você já não tem esse género de problemas hoje em dia?”
“Hoje em dia é o contrário” – responde ele. – “nunca se faz demais nesse género”.
[Citações traduzidas da obra “À Propos de Lefranc”, Junho de 2001, Éditions Nautilus, Bélgica.]

"L'Ogre Rouge" de J. Martin, P. Cuvelier, 1973

Nota: A existência da seminua Malua não é estranha ao facto de essa história de Martin ter sido originalmente concebida para a série Corentin, do seu amigo Paul Cuvelier, um excelente desenhador, absolutamente fora do habitual no que toca à anatomia e à sensualidade das personagens femininas (e não só). Em outra altura falaremos dele.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Blade Runner & Devos IV


En 1983, à l’envers de travailler avec l’ombre, je travaillais avec la lumière ! C’était magnifique !

In 1983, instead of working with shadow, I was working with light! It was marvelous!
Sean Young em "Blade Runner", de Ridley Scott (1982)

Em 1983 eu estava um pouco farto da técnica tradicional da BD e procurava novos caminhos, gráficos e narrativos (porque uma coisa está ligada com a outra). “Blade Runner”, o fabuloso filme de Ridley Scott (mais do que “Alien”), teve um enorme impacto em mim e mostrou-me uma via particularmente interessante. Aliou-se a isso a descoberta acidental da técnica adequada – guache aplicado com aerógrafo sobre papel preto – e atirei-me com entusiasmo à criação da minha nova BD: uma história de F.C. chamada “Não há flores em Devos IV”.
“Não há flores em Devos IV” / Il n’y a pas de fleurs sur Devos IV” / There are no flowers in Devos IV” (c)1983 Luís Diferr


Eis que, ao invés de trabalhar com a sombra, trabalhava com a luz! Repare-se que o guache é uma tinta opaca, o papel negro absorve a luz e, contudo, é possível criar imagens luminosas e com belos efeitos de transparências. Magnífico! Infelizmente, a técnica revelou-se demasiado morosa, dificilmente aplicável a uma BD, mesmo supondo uma estrutura narrativa diversa da tradicional. Por essa razão a aventura ficou incompleta. Talvez hoje, com o recurso do Photoshop, a possa realizar!...
Publico aqui duas imagens de “Devos IV”. Outras virão em devida altura. Note-se que o título foi inserido em francês bastante mais tarde, por razões de mercado. A BD em Portugal é praticamente inexistente.

domingo, 27 de março de 2011

Mulher nua na banheira (2)

Femme nue dans la baignoire (2) - C’est devenu une obsession ?!
Naked woman in the bath (2) – Is this an obsession?!

"O Homem de Neandertal" / "L'Homme de Neandertal" / "Neanderthal Man"
Edições ASA (1991), pag. 41/54, (c) Luís Diferr

sábado, 26 de março de 2011

Qu'est-ce qu'il a fait?

Que é que ele já fez?
What has he done?

Publicado em Lambiek Comiclopedia, em artigo recentemente actualizado.
Imagens extraídas da prancha abaixo reproduzida.

"Notícias da China" / "Nouvelles de Chine" / "News from China"
pag. 2/5, (c)1989 Luís Diferr.
Publicado em Março de 1990 na revista SELECÇÕES BD (Meribérica/Líber).

quinta-feira, 24 de março de 2011

O Carnaval passou... a Primavera chegou.

Le Carnaval a passé... le Printemps est arrivé.
Carnival is gone... Springtime is here.

 "Carnival PEARL"
Ilustração originalmente publicada em Pérola de Cultura;
posteriormente, em Alix Mag'.

Inédito (2001)

quarta-feira, 23 de março de 2011

Portugal

ALBUM, 56 PAGES, ÉDITION ORIGINALE:
Texte et Dessins de Luís Diferr
Introduction de Jacques Martin

Página/Page 20

Página/Page 21
  
Página/Page 40

Página/Page 41

EDIÇÃO PORTUGUESA:
Texto e Desenhos de Luís Diferr
Introdução de Jacques Martin
Edições ASA, Junho de 2010