Na prancha 13 de "Le Tombeau Étrusque", um belíssimo álbum da época de ouro de Jacques Martin, o jovem Alix conhece a também jovem Lidia Octavia, irmã de Octávio Augusto. Ei-la aqui, vista pelo célebre autor de BD:
"ALIX - Le Tombeau Étrusque" de Jacques Martin, (c)1968 Casterman
E ei-la, desnudada, no 1º episódio da série televisiva "Rome":
Kerry Condon em "Rome - The Stolen Eagle" (2005), de Michael Apted
Uma beleza ruiva, como se vê!...
Diga-se, a propósito que já desde os anos 60 – numa época em que personagens femininas eram ainda uma raridade fortemente reprimida na BD franco-belga – Jacques Martin marcou a diferença em relação aos seus confrades, ao atribuir a mulheres papéis de relevo: já o tinha feito com a rainha Adréa em “Le Dernier Spartiate” (1967), que lhe valeu “cartas incendiárias da revista [Tintin, que publicou originalmente a história]. Achavam inconveniente representar uma mulher de 40 anos que se apaixona por Alix, um jovem de 18 anos. Ameaçaram-me mesmo de ruptura de contrato.” (Testemunho do próprio em entrevista a Stephan Caluwaerts e Michel Jacquemart).
Martin voltou a atribuir relevância a personagens como, por exemplo, a pobre Ariela de “Iorix le Grand” (1972); a andrógina criatura Archeolus de “L’Enfant Grec” (1980), que se debate entre a sua natureza feminina e a sua aparente e conveniente masculinidade; a pastora Marah de “La Tour de Babel”, de insólitos poderes; a megera Hernia e a sua filha Dafne de “Le Cheval de Troie” (1988); ou a seminua Malua de “Les Proies du Volcan” (1978), cujos seios descobertos foram sendo pouco a pouco revelados e que causaram algum escândalo… “Mesmo nos anos 70 chateavam-me com esse género de coisas”, diz ele aos entrevistadores atrás referidos, que então lhe perguntam:
“Você já não tem esse género de problemas hoje em dia?”
“Hoje em dia é o contrário” – responde ele. – “nunca se faz demais nesse género”.
[Citações traduzidas da obra “À Propos de Lefranc”, Junho de 2001, Éditions Nautilus, Bélgica.]
"L'Ogre Rouge" de J. Martin, P. Cuvelier, 1973
Nota: A existência da seminua Malua não é estranha ao facto de essa história de Martin ter sido originalmente concebida para a série Corentin, do seu amigo Paul Cuvelier, um excelente desenhador, absolutamente fora do habitual no que toca à anatomia e à sensualidade das personagens femininas (e não só). Em outra altura falaremos dele.
Rome 1 & 2, une excellente série, très réaliste tant dans les décors que dans la vie courante reconstituée.
ResponderEliminarLes deux Lydia sont en effet très ressemblantes mais je ne pense pas que le réalisateur ait lu Alix...quoi que... ;0)
Il y a aussi la fameuse sérigraphie de Jacques Martin : "Le singe de Sporus", l'homme qui s'est transformé en femme pour son Empereur.
Désoler pour les commentaires en Français mais je ne parle pas le Portugais ;0(
Ah, bon ! Je ne connais pas cette sérigraphie de Jacques Martin.
ResponderEliminarC’est, en effet, peu probable que Michael Apted ait lu Alix.
Enfin, pas de problème pour le français… du moins, pas pour moi !... :-)
O meu album preferido da minha série de BD preferida. Gostei bastante da personalidade de Lidia Octavia neste album, mas em "Roma, Roma ..." fiquei desapontado pelas suas dúvidas sobre a inocência de Alix. Um excelente album!
ResponderEliminarÉ, de facto, um magnífico álbum que foi para mim, então desenhador adolescente e ardoroso admirador de Alix, muito marcante... também porque (lembro-me bem!) punha em cena uma jovem mulher, coisa absolutamente extraordinária na época.
ResponderEliminarO álbum, como todas as grandes obras, não perdeu a força passados tantos anos.