Caro Luigi, só agora me apercebi deste comentário. Obrigado por mais este link. Ah, o Aleph nº 3! Aquelas lutas extremamente agressivas entre maoístas e trotskistas, na época, eram, para mim e na minha santa ignorância e boa vontade, um mistério; mas cedo percebi, pelos comentários (off the record) do Joaquim Leal, que via na feroz ditadura da Albânia o farol da revolução, que a via maoísta não me agradava nas opções da esquerda. Hoje, com mais uns anos em cima e talvez mais lirismo consequente, não tenho qualquer dúvida a esse respeito. Quanto aos originais da história do Epifânio – tal como os do “Veleiro de Lokianos”, que referi antes – desapareceram nas brumas revolucionárias. Ouvindo recentemente o José Mário Branco e outros músicos falarem do desrespeito com que os “camaradas” tratavam a sua produção, como se a sua atividade fosse apenas uma peça na engrenagem, que “obviamente” se esperava que eles apresentassem – como se fossem criados da Revolução de que os “camaradas” na luta eram os mordomos – encaixo perfeitamente nessa atitude o desaparecimento dos originais. Hoje isso não sucederia, vi repetir-se semelhante comportamento muitas vezes. Quantas dessas coisas, algumas certamente mais importantes, estão na base da decepção que a esquerda – ou melhor, os “mordomos” radicais de esquerda – tem vindo a constituir, para mim, ao longo do tempo! Mas que ninguém se iluda: a direita ou o centro não é melhor, oportunismos há em todo o lado. Um abraço.
Aqui vai o link pra um outro trabalho antigo:
ResponderEliminarhttp://issuu.com/ucd25/docs/aleph_n3_1974_revista_de_banda_dese
abs
Caro Luigi, só agora me apercebi deste comentário. Obrigado por mais este link. Ah, o Aleph nº 3! Aquelas lutas extremamente agressivas entre maoístas e trotskistas, na época, eram, para mim e na minha santa ignorância e boa vontade, um mistério; mas cedo percebi, pelos comentários (off the record) do Joaquim Leal, que via na feroz ditadura da Albânia o farol da revolução, que a via maoísta não me agradava nas opções da esquerda. Hoje, com mais uns anos em cima e talvez mais lirismo consequente, não tenho qualquer dúvida a esse respeito. Quanto aos originais da história do Epifânio – tal como os do “Veleiro de Lokianos”, que referi antes – desapareceram nas brumas revolucionárias.
EliminarOuvindo recentemente o José Mário Branco e outros músicos falarem do desrespeito com que os “camaradas” tratavam a sua produção, como se a sua atividade fosse apenas uma peça na engrenagem, que “obviamente” se esperava que eles apresentassem – como se fossem criados da Revolução de que os “camaradas” na luta eram os mordomos – encaixo perfeitamente nessa atitude o desaparecimento dos originais. Hoje isso não sucederia, vi repetir-se semelhante comportamento muitas vezes. Quantas dessas coisas, algumas certamente mais importantes, estão na base da decepção que a esquerda – ou melhor, os “mordomos” radicais de esquerda – tem vindo a constituir, para mim, ao longo do tempo! Mas que ninguém se iluda: a direita ou o centro não é melhor, oportunismos há em todo o lado.
Um abraço.