Kli Van-Kli, "Os Druidas de Valmenor" (c) 2012 Luís Diferr
Em meados do Sec. I d.C.,
ROMA e as suas províncias atravessam um período de grave declínio. A corrupção,
a iniquidade e o assassinato estão na ordem do dia. O imperador Cláudio, tido por néscio, dará em breve o último suspiro – ou melhor, o
último vómito! –, manipulado e finalmente envenenado pela sua quarta mulher, a
diabólica Agripina. Por morte “acidental” do sucessor
natural, será então Nero, o filho da
imperatriz, o novo César.
Mas a rivalidade cartaginesa
foi há muito esmagada. Longe vão também os tempos da resistência lusitana e
ibérica e a mão armada de Roma estende-se inexoravelmente à longínqua Britannia!…
Nada disso, por enquanto, nos
interessa. Basta-nos saber que escritos desaparecidos da Historia Natural de Plínio,
o Velho, romano dessa época, nos dão conta da existência na Península
Ibérica de uma misteriosa raça, individualista, andarilha e esquiva. Chamou-lhe
“cimbalini” (sing. “cimbalinus”),
um nome que teria certas conotações mágicas, versão latina da auto-designação “Sin Bea-Linn”.
Certo é que, com o tempo, se
perdeu o rasto dos “cimbalini”. No
Sec. II já não há referência a eles. Ter-se-ão extinguido? Ou miscigenado com
outros povos, deixando definitivamente de ser nómadas e perdendo a sua
identidade? Ou viriam eles a fazer parte, com outro nome, das prodigiosas
fábulas medievais?
O testemunho de Plínio daria
talvez maior significado aos escritos de Lúcio,
lusitano semi-romanizado da mesma época, que, num dos raros fragmentos que
sobreviveram até aos nossos dias, utiliza o termo “cimbalinus” associado a um
certo Kli Van-Kli.
Por outro lado, curiosamente, as Memórias de um pregador cristão na Britannia
do fim do século I mencionam uma velha sacerdotisa galesa, chamada Gwynivea, que sempre permaneceu
reticente à conversão. Também ela, com o olhar perdido no passado em que fora
uma deslumbrante mulher, terá mencionado esse nome singular: Kli Van-Kli !
Este fragmento sugere um belo romance de aventuras... Será? ;-)
ResponderEliminarO que será que será,
EliminarQue andam suspirando por essas florestas?
Que andam até cantando por entre pedras e rochas,
Por entre o arvoredo baço na neblina
E a margem desse rio de água fria?
Que nome é esse que ali se ouve,
Gwynivea, Kli, Samara...
Aventura, romance, fadas, escritas de Apuleio,
o idiota da aldeia, e a futura traição da ruiva Slytia...
O que será, que será que aí virá?
Vou ficar atenta. Druidas, celtas, textos antigos desaparecidos, mas que deixaram pontas a descoberto, romanização e certamente fadas lindíssimas em paisagens de sonho. Muito bons ingredientes para uma muito interessante aventura. Bj
ResponderEliminarHá também alguns indivíduos toscos e de fala torpe...
EliminarQuanto aos Romanos, só aparecem realmente na 2ª aventura desta série. Boa leitura, entretanto!